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Arquitetos: Jorge Vidal
- Área: 1125 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:José Hevia
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Fabricantes: AutoDesk, Erco, Microsoft, Trimble
Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma construção clara. A tradição construtiva de edificações como esta desapareceu ou, pelo menos, as complexas com esta unidade e clareza espacial já não se constroem. A arte contemporânea está instalada e não apenas suspensa. O sucesso de espaços permanentes com instalações como a Fundação Dia Bacon, a Fundação Chinati em Marfa ou o Raussmueller revela a relação precisa e profundamente enraizada entre o espaço e a arte. Talvez em contraponto ao excesso construtivo do século passado onde milhares de metros quadrados de museus foram construídos sem maiores reflexões, encontraremos espaços nos quais somos um personagem diferente e especial para expor ou vivenciar a arte.
À primeira vista, o antigo complexo fabril Espai Serrahima é uma soma contínua de telhados, entradas, canteiros e artefatos desordenados. Trabalhar ali é criar uma ordem interna, menor dentro da ordem geral: uma nova ordem que põe as coisas em relação.
O arranjo geral da galeria, a mistura do novo com o existente, é uma composição deliberada, formando uma relação coerente entre salas e espaços, enquanto varia em escala, proporção e qualidade de luz. O edifício existente é mostrado vazio como está, enquanto os novos elementos são reduzidos a um assentamento independente no interior. Essa é a nova ordem interna.
Construímos uma galeria como um espaço onde o artista pode expor sua obra à sua maneira. Um ponto de encontro entre quem visita a obra e quem a cria. O principal motivo é a ausência de elementos de distração. Acreditamos que este ponto seja importante, mas também é importante saber introduzir outras camadas de leitura como o volume, sua estrutura e nuances espaciais. Para isso, a proposta constrói um recinto de 4,20 metros de altura onde o olhar do observador o percorre com calma. Este limite define um volume. Construiu-se um limite visual, mas ao mesmo tempo um palco onde atuar. Atrás encontram-se as estantes, que são as áreas de trabalho internas, gestão, armazenamento, oficinas e a eventual sala de exposição escura, formando pequenos espaços e salas.
É um espaço claro, de geometria regular e de construção simples. A luz vem da cobertura e é tratada de forma diluída. As instalações estão aparentes e coerentes com as necessidades. Os pisos de concreto e tetos de cerâmica são originais. As paredes antigas são simplesmente pintadas de branco e as novas são rebocadas para conferir uma continuidade suave. Procuramos revelar as condições concretas do material e da superfície. O projeto está comprometido com a qualidade do existente, ao mesmo tempo em que desenvolve variações adicionais na estrutura formal.